Eu escuto e esqueço. Vejo e lembro. Faço e entendo.(Confucio)

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Lactose

Gostaria de comentar sobre alguns costumes da Espanha, coisas que até hoje fico sem entender, vamos a eles:
Assoar o nariz em um restaurante como se fosse a coisa mais normal do mundo.
Escovar os dentes é coisa de gente fresca! (Nós brasileiros somos muito arrogantes então).
Fumar lá é super natural, ver um pai oferecendo cigarro à filha de doze anos é sinal de carinho. (Nem quero ver o sinal de reprovação).
Ir a uma lanchonete e pedir um café para comer com o “bocata” (lanche) que trouxe de casa é normal também. (Ponto pra eles).
Adoram rotular os sul americanos com o termo “latino” de forma pejorativa, cometem dois erros, são racistas e ignorantes, pois o idioma deles também é latino.
Adoram uma fofoca e batem boca por qualquer coisa, entretanto, quando a situação se agrava são os primeiros a deixar a cena.
O leite lá é utilizado como expressão muito cotidiana, esquisito mesmo:
Es la leche! (é o negocio, muito louco, da hora, magnífico).
Estar de mala leche. (estar p da vida, de mau humor, ter más intenções).
Leches! (Droga, m..., inferno, bolas).
Salir cagando leches. (horrível expressão que quer dizer sair rápido. O nosso é “sebo nas canelas”).
Esses realmente levam a sério isso de ser mamífero.
Coisas da Espanha...

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Ao pé da letra

Quando falamos sobre idiomas pensamos em algo singular, mas pensem em um japonês falando francês, ou um espanhol falando inglês. É muito cômico, salvo exceções, possuem uma dificuldade enorme com certas pronuncias, os espanhóis são tão radicais para o idioma saxônico, tanto, que trocam até os nomes das pessoas pela dificuldade da pronuncia. Duvída? Para eles príncipe Carlos e Guillermo são os do Reino Unido, vocês e o resto do mundo diriam Charles e William, Fred Flintstone é Pedro Picapiedra e se quiser ouvir alguma música do U2 tem que falar U Dos. Também fazemos isso, pica-pau, pantera cor-de-rosa, mas somos bem mais flexíveis ao enrolar a língua. Eles falam com um inglês parecido ao do Joel Santana.
De qualquer forma a comunicação é válida, mesmo errada é melhor que não falar.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Abracadabra



Quando você viaja para o exterior e volta para seu país muita gente quer saber como foi sua experiência lá fora, é gratificante compartilhá-la com os atentos ouvintes que podem ficar horas escutando sobre culturas diferentes, aventuras e desventuras também. Normalmente as perguntas seguem um padrão similar, porém, algumas vezes surgem algumas fora desta rotina interrogativa. Mas até hoje a mais interessante foi quando me perguntaram sobre as principais palavras para aprender em uma língua. Quais seriam? Sim e não?Dinheiro?Cartão de crédito?Socorro? Seriam as candidatas perfeitas, no entanto, tenho umas selecionadas com critério, escolhida entre milhares, penso ser as mais importantes, embora ultimamente vem sendo cada vez menos utilizadas, fazem a diferença, abrem portas, sorrisos, ajudarão em qualquer lugar que você vá, conquistarão a simpatia das pessoas, respeito e paciência. São simples e universais, aprenda na língua nativa estas palavras mágicas:
“Por favor, com licença e muito obrigado.”
"Please, excuse me and thank you."
"Por favor, con su permiso y muchas gracias."
Uma dica a mais, se acompanhadas de sorriso sincero e simpatia, são imbatíveis.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Particularidades


Falar outro idioma é pensar de outra forma, muitas vezes há expressões que dão novos significados a algumas coisas, atos e sensações.
A palavra azar por exemplo, em nossa língua, temos um antônimo, sorte, já em inglês seria bad luck (má sorte) e good luck (boa sorte) em espanhol seria mala suerte e buena suerte.
Note que são mais semelhantes do que seria em português, porém azar em espanhol tem outro significado: ao acaso.
Outra curiosidade é a palavra saudade, difícil de traduzir? Não diria traduzir, mas sim sentir o que ela quer dizer, isso é único, nós sabemos o que representa isso é uma expressão idiomática, temos mais: ginga, babado, manha, requebrado e muitas outras com carga semântica peculiar. Veja hollaback girl e maruja, por mais que tente traduzir, não adianta, o mais fácil é tentar interpretar.
Por isso reforço que tradução não é um método muito eficaz em longo prazo, chegará uma hora que a frase em si perderá o sentido real devido ao vício da tradução ao pé da letra.

Step by step


Se a uma criança nativa da língua inglesa lhe for questionada porque usa o verbo auxiliar da forma que está acostumada, provavelmente nâo saberá de que se trata a pergunta. É este domínio intuitivo e automático da estruturação gramatical do idioma que permite falar corretamente e também a escrever. O aluno não precisa saber porque as estruturas são como são, desde que as formas corretas lhe soem melhor.O domínio sobre as estruturas gramaticais básicas de uma língua deve ser alcançado o quanto antes. É o primeiro e importante passo no processo do saber. Por isso, é fundamental que o aluno busque desde o início de seu aprendizado o contato com estrangeiros ou falantes da língua, sejam instrutores ou não, para familiarizar-se com a língua estrangeira, rica nos planos gramaticais e idiomáticos. Nossos pais nos ensinaram assim, nos comunicamos e nos entendemos muito bem, para ser um exímio escritor ou orador é outra história. Um passo de cada vez.

Portunhol


A maioria das pessoas acredita que falar espanhol é so colocar um "i" entre as vogais, ou um "ito" ao final das palavras, Vocês não tem idéia como isso é irritante e estupido, de forma que confunde o ouvinte, por que cria novas palavras e em vez de entender, acabam se enrolando ainda mais. Concordo que o idioma é bem parecido, costumo comparar que é igual homem e mulher, similares a princípio, porém muito diferentes um do outro. Vejo repórteres, entrevistadores, políticos cometendo erros graves e grosseiros, inclusive em seriados ou filmes já vi cada gafe...
Enfim, seria melhor levar mais a sério a comunicação com "nuestros vecinos", de maneira que somente nós falamos um idioma diferente aqui na américa do sul.
Uma listinha de portunhol:
Medame una cueca-cola.
La pierna di frango está mucho gustosa.
Jo ajo que quiero una pissa.
Te muestro la calhe alhi.
La tica es aquelha de amarilho.

Então, se você acha que "cuela" manda ver!

domingo, 2 de agosto de 2009

Traídos pela própria língua


Em cidades cosmopolitas é comum ouvir vários idiomas em lugares aglomerados de pessoas, como em um metrô por exemplo, isso dá a equivocada sensação de poder falar o que quiser, pois ninguém vai entender o que fala mesmo, não é bem assim.
Certa vez em uma festa típica em Barcelona festa major de Grácia, uns conhecidos brasileiros e eu estávamos a mesa esperando nosso pedido, quando uma linda e escultural garçonete passava por nós e logo comentários exagerados e picantes dos meus colegas soavam pelo local, felizes da vida e deslumbrados com tal poder eles gargalhavam e diziam coisas que me recuso a comentar aqui, acreditando que a moça com traços nórdicos não estava entendendo, e para a surpresa deles, ela volta e com um bom português diz a eles: “É esse tipo de gente que envergonha os homens do Brasil.”! Assim pessoal, cuidado, se superestimar dá nisso.

Jeitinho brasileiro


Brasileiro tem fama de malandro, até na hora de falar um idioma diferente manda qualquer coisa pra dizer que entende, confesso que o fato de tentar se comunicar é sempre positivo, agora, falar que é fluente no idioma e mal sabe dizer “oi” é o fim, neste caso o silencio oculta os tolos. Isso ocorre principalmente em entrevistas para emprego, trabalhei como auxiliar em recursos humanos para uma empresa inglesa, contratávamos pessoas bilíngües ou poliglotas para serviço de atenção ao cliente. Apareciam vários candidatos brasileiros que, precisando do emprego, falavam até duas dúzias de idiomas fluentemente. Contratar tem um custo elevado, e claro, muitos eram barrados na pré seleção, indignados alguns notavam que não dava pra enganar, a malandragem ali ensinou uma lição: o mundo não era mais dos espertos e sim dos competentes.

Aos acomodados


Outra idéia errônea é a de que quem vai pro exterior voltará mestre na língua do país onde residirá, claro que aprende mais fácil, mas não tem colher de chá, e diferente de nós os americanos ou ingleses estão se lixando se você tem dificuldades com o idioma deles, não são tão receptivos quanto nós e não se esforçam o mínimo pra nos entender.
Conheço gente (e muita) que vive fora há mais de uma década e não falam nada de inglês, espanhol, alemão, japonês e por ai vai. Como eles conseguem? Falta de interesse, incapacidade (será?), não gostam do idioma, não precisam aprender (se comunicariam por telepatia?), já ouvi de tudo, mas percebi que essas pessoas na hora do aperto recorrem a outras quando precisam de algo muito complicado como pagar seguro, retirar dinheiro do banco ou perguntar sobre um endereço.
Pra aprender tem que estudar, se dedicar, perguntar, errar, passar raiva e a mais importante de todas: ser humilde.

Tempos modernos




Nunca frequentei escolas de idiomas particulares no Brasil, primeiro porque não achava necessário, segundo porque as aulas eram um porre, tive ensino de inglês em escola pública, com raras exceções, normalmente deixa muito a desejar e os alunos tampouco se empenham, querem nota razoável e se livrar da matéria o quanto antes.
Antigamente há uns vinte anos, ensinavam inglês de qualquer jeito (hoje não mudou muito), assim ensinavam só a escrever e ler, falar pra que? Quem de escola pública sairá do país? Para surpresa de muitos e tristeza também, o Brasil é um dos maiores exportadores de mão de obra irregular desde os anos 80.
Escolas particulares têm aos montes por ai, tem gente que aprende, mas a maioria não, e isso porque? Pode ser por falta de vontade do aluno, ou por métodos de produção em massa, enfim, muitos ainda acreditam que dificilmente alunos poderão comprovar se o método é realmente eficaz lá fora.
Não "beliva"? Faça um teste, a grande maioria de alunos não conseguem se comunicar em inglês, mesmo depois de três anos de curso.

sexta-feira, 31 de julho de 2009

Ponto de vista


Pode parecer redundante, mas escrevi sobre o quanto somos influenciados pela língua e cultura americana, reparem que nomes de lojas, empresas e serviços normalmente têm nomes estrangeiros, a grande maioria em que língua? Elementar, inglês ganha disparado, e por que? Por dar mais eufonia (som agradável) as palavras ou quem sabe por ser mais “chique” (detesto essa palavra “aportuguesada“), enfim, segundo pesquisas, isso dá mais credibilidade já que nós culturalmente, valorizamos muito mais o que vem do exterior, assim a publicidade se aproveita dessa mania brasileira e coloca tudo quanto é nome estrangeiro principalmente em produto nacional. Exemplos: Joao´s Pizza. Porque não Pizza do João? Creuza´s delivery. Poderia ser Entregas da Creuza. Então você resolve abrir um açougue e coloca: Big Ox Butchershop! Ai dizem que você é fresco...
Em bar, o próprio nome já dispensa comentários, se você pede um Bloody Mary, um sex on the beach, beleza, você é “chique”, tente pedir uma “water”, pronto, é fresco, esnobe, gay, metido, presunçoso entre outras coisas.
E ainda dizem: Inglês pra que?

Interpretação x tradução


Uma grande diferença entre o português e o inglês está na forma de pensar ou seja estruturar. É na estruturação das frases que ocorre um dos principais contrastes entre as duas línguas. A dificuldade surge quando o aluno tenta traduzir ao pé da letra uma estrutura do português para o inglês, palavra por palavra, doce ilusão. A correlação entre as duas línguas nem sempre ocorre em palavras, mas sim em sentido total da frase.
Gosto de utilizar o verbo to be para exemplificar isto:
Muita gente não entende que quando diz: I´m 25 years old, traduz ou pensa que "tem", "possui"
essa idade, e dizem erroneamente "I have 25 years old", se pensasse como um americano seria: "Eu sou 25 anos", parece estranho, mas é melhor interpretar que traduzir.

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Café cibernético




Uma vez escutei aqui no Brasil um comentário que me deixou intrigado, diziam que pessoas que falam palavras em inglês no meio de uma conversa em português seriam esnobes ou gays, estranho aquela observação, pois nós brasileiros somos super norte americanizados, oras bolas, falamos: vídeo game, laptop, shopping center, vip, peeling, off(liquidação), show, book (fotos) e por ai vai.
É mais fácil te chamarem de louco se tentar falar vídeo jogo, centro de compras, alguém se habilita a tentar? Eu não.
Assim, de que maneira alguém pode ficar chateado por que incluam uma palavra ou outra que não conheça? Concordo que é delicado falar em um idioma desconhecido diante de pessoas leigas no assunto, mas não é nenhum pecado treinar quando se tem oportunidade. Aprender não ocupa espaço e faz um bem...

Aula vip



Os chineses inventaram a técnica de aulas coletivas, a China sempre esteve a frente no quesito educação, e com isso disseminar o conhecimento a um numero maior de cidadãos, até ai tudo bem, mas e quando cada um tem uma maneira específica para aprender? Algumas pessoas são sinestésicas, outras auditivas ou visuais, por isso a aula particular ajuda e muito a desenvolver ou superar certas habilidades que em grupo seria difícil trabalhar. Muitas vezes quando o aluno não entende determinado assunto, tem receio de dizer que não entendeu, o tema segue adiante, e o estudante fica pra trás. E com uma grade para seguir normalente não voltam para resgatar o aluno da dúvida. Capitalismo 1 x educação 0.

Errando se aprende


Acredito que a pior coisa para quem quer aprender é ter medo de errar, esse temor a falha inibe as tentativas e por fim leva a pessoa a desistencia por acreditar que é inapta para determinado tipo de habilidade.
Concordo que há gente que tem o dom ou inclinação, mas fora isso, é a persistência, como diria tio Benjamin Franklin , 1% é inspiração e 99% transpiração.
As crianças falam errado até uma certa idade, nem por isso deixam de se comunicar, e com o tempo, já não cometem erros tão graves na pronuncia.

Comunicação


Alguém já parou pra pensar que não lembramos (ainda bem!) do difícil que deve ter sido para nós entendermos as primeiras palavras e gestos que nossos pais faziam para se comunicar conosco? Não sabíamos falar, tampouco entendíamos uma vírgula do que eles queriam nos dizer, em contrapartida e eles? Como só chorávamos, tinham que se virar e interpretar o nosso tipo de pranto. Viu? Nos comunicávamos sem entender uns aos outros, e aos poucos, fomos aprendendo a interpretar e a partir dai a falar e bem depois a escrever.

A gramática


Com raras exceções, é pouco provável que encontre alguem que realmente goste de gramática, é com ela e suas regras que deveremos aprimorar ao longo da vida uma maneira de falar e escrever mais objetiva e polida, também descobrimos que uma lingua pode ser complexa e infinitamente complicada. Talvez seja por esses motivos entre outros que muita gente não queira saber de seus adjetivos e conotações, porque além de vestibulares e docentes aonde utilizarão tais regras? Poderia dizer que em muitos outros lugares, mas para o aprendizado de idiomas é um capitulo a parte, afinal, aprender um idioma, lingua ou dialeto a teoria é importante, entretanto a prática é fundamental.